quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Yeye Ajagurá e o Ìkóòdídé

Uma linda guerreira.
Nesse aspecto ela se apresenta como uma Oxum jovem e guerreira, semelhante a Opará; Opará parece, porém mais agressiva, e Ajagura mais orgulhosa.
Tem um caráter violento, impetuoso, è ligada à Ogum do qual foi presenteada com a Idá wurá, na nascente de um rio. Foi Ogum que a ensinou a guerrear.
Ela nasce dos rios de águas claras e corrente, regendo as águas revoltas, correntezas, corredeiras, e os olhos dagua que puxam as pessoas para o fundo..
Invariavelmente come com Xangô e Ogum e estes devem sempre ser propiciados junto à ela.
Come todas as comidas rituais de Oxum, mas lhe agrada muito a coelha.
Foi casada com Obá Aganju, um orixá ancestral ligado ao fogo e todas as combustões, e tem um enredo com ele.
Também tem ligações com Ossaim, do qual aprendeu a arte da magia e o conhecimento das ervas e seus ofós. É uma Oxum extremamente vingativa e feiticeira.
É uma franca e ardilosa rival de Oyá, que teria também sido casada com Aganju.
Senhora de todas as aves de penas coloridas e aves aquáticas e terrestres.
É a iyagbá responsável direta pelo Ekodidé e pela hora da apresentação do Iyawô à sociedade.
Veste amarelo ouro e rosa bebê. Carrega abebe e alfange no peito dentro do pano da Costa, e só o apresenta em atos especiais.
Seu adê é um dos "únicos que poderiam vir" carregado de ikodidés.
MITOLOGIA
Senhóra do ekodidé
Como surgiu o Ekodidé
Uma sacerdotisa de nome Omo Oxum Ajagurá, servia à Orinxala, e estava encarregada de zelar por seus paramentos, e particularmente por sua coroa.
Alguns dias antes do festival anual, umas seguidoras de Orinxala, invejosas da posição de Omo Oxum, decidiram roubar a coroa e jogá-la nas águas de um rio que corria próximo ao palácio.
Quando Omo Oxum descobriu o furto, ficou desesperada. Uma menina que ela criava aconselhou-a à comprar no dia seguinte de manhã,o primeiro peixe que encontrasse no mercado.
No dia seguinte Omo Oxum não conseguiu encontrar nenhum peixe, e foi somente na sua volta que ela encontrou um rapaz que trazia na cabeça um grande peixe, perguntou ao rapaz se ele o vendia? Prontamente ele à atendeu.
Ao chegar em casa Omo Oxum fez de tudo para abrir o peixe sem conseguir,foi então que ela apanhou um "kamkubu" (faca feita da espinha dorsal de um peixe, afiadíssima como uma navalha) e conseguiu abrir a barriga do peixe ,na qual em seu interior luzia a coroa de Oxala.
Chegando o dia da grande cerimônia, as invejosas sabendo que Omo Oxum havia miraculosamente encontrado a coroa,decidiram recorrer à trabalhos de feitiçaria para desprestigiar Omo Oxum, frente à Orinxala.
Elas colocaram um preparado na cadeira em que Omo Oxum se sentava, situada ao lado do trono de Orinxala. Todos estavam reunidos de pé, esperando à chegada do grande Oba, que chegou e sentou-se e fez sentar à todos os presentes,em seguida pediu à Omo Oxum que lhe desse seus paramentos.
Ela tentou levantar mas não conseguiu, tentou várias vêzes até conseguir.
Enfim,conseguiu levantar,mas o preço do grande esforço foi ter as partes baixas do seu corpo desgarradas e presas à cadeira.
Ela começou à sangrar copiosamente manchando tudo de vermelho.
Orinxala, cujo tabu é o vermelho, levantou-se inquieto. Omo Oxum, envergonhada fugiu.
Segue-se uma grande o disséia, onde Omo Oxum foi bater na porta de todos os Orixas e nenhum deles quis recebê-la.
Enfim,ela foi implorar ajuda à Oxum, que à recebeu afetuosamente, transformando o corrimento de sangue em penas de Ekodidé, que
iam caindo dentro de uma cabaça, colocada ali justamente para receber as penas.
Diante desse mistério: a transformação do corrimento de sangue em penas de Ekodidé,todos regozijaram-se, começando os tambores à rufar e um correr de todas as partes para assistir ao acontecimento.
A festa se organizou todas as noites. Oxum abria as portas para receber os visitantes, que entrando apanhavam um Ekodidé e colocavam na cuia ao lado dos kauris (búzios).
Todos os Orixas vieram tomar parte do acontecimento. Finalmente, aguçado pela curiosidade, o próprio Orinxala foi atraído pelas festividades.
Apresentou-se na casa de Oxum e como todos que vieram os outros convivas, saudou-a fazendo dobale, apanhou um Ekodidé e o prendeu em seus cabelos.
Assim mesmo Orinxala, um Orixa funfun (branco), faz dobale em respeito e submissão ao poder feminino.
Ve-se neste itan que o Ekodidé está ligado ao poder feminino.
Portanto, ligado a Iyami Oshorongá.

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