quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Ọ̀ṣun

Óṣun, enquanto esposa de Ṣàngó, sofria com sua indiferença e sua infidelidade. O ba sempre a deixava sozinha, o que provocava na esposa ódio e tristeza.
Após uma grande briga entre os dois, Ṣàngó prendeu
ỌÌṣun num quarto do palácio real cuja janela tinha barras de ferro e, como sempre, foi às festas que lhe aprazia.
Neste dia, Èṣù que é grande aliado
ỌÌṣun, viu-a aos gritos de socorro pela janela do quarto e lhe perguntou o que acontecera.
Ela lhe contou a história e Èṣù, na sua habilidade não só de criar problemas, mas também de resolvê-los, recorreu a
ỌÌrúnmìlà, pedindo-lhe que ajudasse a ìyálòóde.
Este, por sua vez, preparou uma mistura de folhas e sementes dando origem a um pó, um àṣẹ, e deu a Èṣù dizendo que ele deveria soprá-lo em.
Quando voltou ao palácio do rei Èṣù soprou o pó
ỌÌṣun e ela se transformou numa linda pomba, podendo assim fugir do cárcere imposto pelo Aláàfin.
Deste ocorrido em diante, em respeito à pomba,
ỌÌṣun recusa que ela lhe seja sacrificada, sendo este animal substituído pelo Àdàbà (streptopelia semitorquata, na foto acima), em terras africanas.
No Brasil, como este pássaro não existe, ele é substituído pela juriti , a qual é bastante semelhante ao Àdàbà.
Observem o cântico que deixa claro que não se deve sacrificar pomba a
ỌÌṣun:
Yorubá:
Àdàbà orò ma f
.
Ò f
ẹì l(iylé) ó
Pronúncia:
Adabá ôrô mã fé
ỌÌ fé lé (éiélé) ô
Tradução:
É Àdàbà que ela quer para o sacrifício
Ela não quer pomba
Àṣẹ!

Nenhum comentário:

Postar um comentário