sábado, 5 de novembro de 2016

QUALIDADES DE OYÁ

O maior e mais importante rio da Nigéria chama-se Níger, é imponente e atravessa todo o país. Rasgado, espalha-se pelas principais cidades através de seus afluentes por esse motivo tornou-se conhecido com o nome Odò Oya, já que ya, em iorubá, significa rasgar, espalhar. Esse rio é a morada da mulher mais poderosa da África negra, a mãe dos nove orum, dos nove filhos, do rio de nove braços, a mãe do nove, Ìyá Mésàn, Iansã (Yánsàn).

Embora seja saudada como a deusa do rio Níger, está relacionada com o elemento fogo. Na realidade, indica a união de elementos contraditórios, pois nasce da água e do fogo, da tempestade, de um raio que corta o céu no meio de uma chuva, é a filha do fogo-Omo Iná.

A tempestade é o poder manifesto de Iansã, rainha dos raios, das ventanias, do tempo que se fecha sem chover.

Iansã é uma guerreira por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, a batalha do dia-a-dia é a sua felicidade. Ela sabe conquistar, seja no fervor das guerras, seja na arte do amor. Mostra o seu amor e a sua alegria contagiantes na mesma proporção que exterioriza a sua raiva, o seu ódio. Dessa forma, passou a identificar-se muito mais com todas as actividades relacionadas com o homem, que são desenvolvidas fora do lar; portanto não aprecia os afazeres domésticos, rejeitando o papel feminino tradicional. Iansã é a mulher que acorda de manhã, beija os filhos e sai em busca do sustento.

O facto de estar relacionada com funções tipicamente masculinas não afasta Iansã das características próprias de uma mulher sensual, fogosa, ardente; ela é extremamente feminina e o seu número de paixões mostra a forte atracção que sente pelo sexo oposto. Iansã (Oyá) teve muitos homens e verdadeiramente amou todos. Graças aos seus amores, conquistou grandes poderes e tornou-se orixá.

Assim, Iansã tornou-se mulher de quase todos os orixás. Ela é arrebatadora, sensual e provocante, mas quando ama um homem só se interessa por ele, portanto é extremamente fiel e possessiva. Todavia, a fidelidade de Iansã não está necessariamente relacionada a um homem, mas às suas convicções e aos seus sentimentos.

Algumas passagens da história de Iansã relacionam-na com antigos cultos agrários africanos ligados à fecundidade, e é por isso que a menção aos chifres de novilho ou búfalo, símbolos de virilidade, surgem sempre nas suas histórias. Iansã é a única que pode segurar os chifres de um búfalo, pois essa mulher cheia de encantos foi capaz de transforma-se em búfalo e tornar-se mulher da guerra e da caça.

Oyá é a mulher que sai em busca do sustento; ela quer um homem para amá-la e não para sustentá-la. Desperta pronta para a guerra, para a sua lida do dia-a-dia, não tem medo do batente: luta e vence.

Características dos filhos de Iansã / Oyá
Para os filhos de Oyá, viver é uma grande aventura. Enfrentar os riscos e desafios da vida são os prazeres dessas pessoas, tudo para elas é festa. Escolhem os seus caminhos mais por paixão do que por reflexão. Em vez de ficar em casa, vão à luta e conquistam o que desejam.

São pessoas atiradas, extrovertidas e directas, que jamais escondem os seus sentimentos, seja de felicidade, seja de tristeza. Entregam-se a súbitas paixões e de repente esquecem, partem para outra, e o antigo parceiro é como se nunca tivesse existido. Isso não é prova de promiscuidade, pelo contrário, são extremamente fiéis à pessoa que amam, mas só enquanto amam.

Estas pessoas tendem a ser autoritárias e possessivas; o seu génio muda repentinamente sem que ninguém esteja preparado para essas guinadas. Os relacionamentos longos só acontecem quando controlam os seus impulsos, aí, são capazes de viver para o resto da vida ao lado da mesma pessoa, que deve permitir que se tornem os senhores da situação.

Os filhos de Oyá, na condição de amigos, revelam-se pessoas confiáveis, mas cuidado, os mais prudentes, no entanto, não ousariam confiar-lhe um segredo, pois, se mais tarde acontecer uma desavença, um filho de Oyá não pensará antes de usar tudo que lhe foi contado como arma.

O seu comportamento pode ser explosivo, como uma tempestade, ou calmo, como uma brisa de fim de tarde. Só uma coisa o tira do sério: mexer com um filho seu é o mesmo que comprar uma briga de morte: batem em qualquer um, crescem no corpo e na raiva, matam se for preciso.


Foi a única mulher de Xangô que o acompanhou na sua fuga para a terra de Tapa, mas se desencorajou em Ira, sua cidade natal, onde, de acordo com o ditado “Oyà wole ni ile Ira, Sango wole ni Koso” (Oyà entrou na terra na casa de Ira, Xangô entrou em Koso), ela suicidou-se ao receber a noticia da morte de Sango. Oya tornou-se a divindade do Rio Níger. Os tornados e tempestades são as marcas do seu descontentamento.

Qualidades:
Oyà Biniká
Oyà Seno
Oyà Abomi
Oyà Gunán
Oyà Bagán
Oyà Onìrá
Oyà Kodun
Oyà Maganbelle
Oyà Yapopo
Oyà Onisoni
Oyà Bagbure
Oyà Tope
Oyà Filiaba
Oyà Semi
Oyà Sinsirá
Oyà Sire
Oyà Gbale ou Igbale (aquela que retorna a terra)que se subdivide em:
· Oyà Gbale Funán
· Oyà Gbale Fure
· Oyà Gbale Guere
· Oyà Gbale Toningbe
· Oyà Gbale Fakarebo
· Oyà Gbale De
· Oyà Gbale Min
· Oyà Gbale Lario
· Oyà Gbale Adagangbará
Estas Oyàs Gbale ou Igbale estão ligadas ao culto dos mortos, quando dançam parecem expulsar as almas errantes com seus braços. Tem forte fundamento com Omulu, Ogun e Exú.

Oyà Mesan – Um de seus epítetos. Espírito meio animal meio mulher, foi esposa de Oxóssi e Xangô
Oyà Petu – Nesse aspecto ela convive com Xangô. Senhora dos ventos, esposa de Xangô e amante de Ossain, fundamento com as árvores e suas folhas, guerreira usa cobre.
Oyà Onira – Rainha da cidade de Ira, guerreira e agressiva, companheira de Oxum, dona das estradas, principalmente com nas encruzilhadas, tem quizila com Ogum.
Oyà Odo – Simboliza o amor e o sexo, o prazer, fundamento na água.
Oyà Bagan – Fundamento com Oxossi
Oyà Egunita – Fundamento com Ogum Wari e Ode
Oyà Onisoni – Fundamento com Omulú
Oyà Tope – Uma de suas formas. Fundamento com Ogum Soroquê
Oyà Agangbele – Nesse caminho mostra a dificuldade quando a geração de filhos.
Oyà Lesseyen – Uma das Igbales que mora no próprio Lesseyen.
Oyà Ate Oju – Orixá Igbale num aspecto dificil de Oyá quando caminha com Nana.
Oyà Ogaraju – uma das mais antigas no Brasil.
Oyà Arira – Uma de suas formas.
Oyà Doluo – Eró Ossain; culto Nagô.
Oyà Kodun – Eró com Oxaguian.
Oyà Bamila – Eró Olufon.
Oyà Kedimolu – Eró Oxumare = Omolu.
oloje iku ike obarainan

Nenhum comentário:

Postar um comentário